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24 de outubro de 2012

Um ano depois....Ponte Rio Negro gera avanços e vulnerabilidade a municípios do AM

Há exato um ano, no dia 24 de outubro de 2011, a Ponte do Rio Negro era inaugurada. Mesmo sendo alvo de polêmicas quanto a sua construção, a nova ligação terrestre se tornou um divisor do desenvolvimento para os municípios das regiões do Purus e Solimões noAmazonas


Antes da construção da ponte, a travessia pelo Rio Negro era feita por meio de balsas para veículos de passeio e de grande porte até o porto da comunidade de Cacau Pirêra, na Zona Rural do município de Iranduba, que fica localizado a cerca de 27 km da capital.

Com o novo acesso, a população dos municípios de Manacapuru, Itacoatiara, Novo Airão, principalmente Iranduba, passaram a dispor de uma ligação viária direta comManaus, eliminado as barreiras naturais que dificultavam o transporte de pessoas, produtos e o escoamento da produção de alimentos do interior.

De acordo com René Levy, titular da Secretaria da Região Metropolitana de Manaus (SRMM), a Região Metropolitana não teria essa formatação que se pretende dar nem a ponte Rio Negro teria uma justificativa se não fosse a criação da estratégia de ordenamento territorial para fins de desenvolvimento sustentável.

"A ponte não se esgota com a sua conclusão nem tão pouco nesse primeiro ano de sua efetiva operação. Os benefícios se apresentam no cenário de curto, médio e longo prazo. Mas, não há dúvidas que a ponte ao longo deste primeiro ano trouxe benefícios importantíssimos para o incremento do turismo, para o desenvolvimento de novas atividades, sobretudo comerciais, novas opções de lazer e também agora mais recentemente divulgado a implantação de um campus universitário do lado do rio", avaliou o secretário.

Para o prefeito de Iranduba e vice-presidente Associação Amazonense de Municípios (AAM), Raymundo Nonato Lopes, a data de inauguração da Ponte é histórica pelos avanços e representa um marco para as cidades situadas à margem direita do Rio Negro, que segundo ele, eram esquecidas.



Pela proximidade com Manaus, Iranduba aparece como o município que teve maior reflexo positivo. Entre os efeitos gerados pela construção da Ponte do Rio Negro, a cidade registrou aquecimento das empresas ligadas aos setores do comércio, serviços e indústria.

Segundo Raymundo Nonato, o município contava com número pequeno de empresas. O chefe do executivo estima que 30 empresas voltadas para atuação no comércio e indústria se instalaram em Iranduba. “O comércio cresceu a partir da construção da ponte. Vários empreendimentos se instalaram em Iranduba como, por exemplo, a indústria de pisos que gera 195 empregos diretos. A indústria de beneficiamento de borracha também se instalou e novas empresas devem se instalar nos próximos anos com inclusão dos municípios da região metropolitana aos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus”, avaliou o prefeito.

Dados da Prefeitura de Iranduba apontaram ainda que a regularização dos comerciantes informais também cresceu após implantação da Ponte Rio Negro, saltando do total de 40 microempreendedores individuais para 500 comerciantes legalizados por meio do apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Amazonas (Sebrae/AM). A regularização possibilitou o acesso ao crédito e a obtenção de financiamentos para investimento nos negócios.



Mercado Imobiliário
Embora os setores comerciais e industriais tenham apresentado avanços na área metropolitana, o mercado imobiliário foi o que mais despontou com a nova passagem pelo rio. O crescimento do setor é perceptível por quem passa ao longo das margens da rodovia Manuel Urbano AM-070, que liga Manaus a Iranduba.

Apesar de não possuir um levantamento preciso, o chefe do executivo Raymundo Nonato citou que há empreendimentos que vão construir 2 mil apartamentos. “Além dos muitos loteamentos que estão sendo regularizados e os já devidamente legalizados que são muitos. Até mesmo um cemitério parque será instalado com crematório, uma coisa que inclusive não tem em Manaus”, destacou.

O corretor Carlos Gomes, representante de um grupo que atua há dez anos no segmento imobiliário de Iranduba, confirmou a boa fase do setor mencionado o resultados do loteamento no km 2 da AM-070.

Segundo ele, antes da conclusão da construção da ponte, dos 1.745 lotes (terrenos para residência e ponto comercial a partir de 300m² de R$ 54mil a vista) disponibilizados no lançamento do empreendimento, apenas 400 lotes foram vendidos. Entretanto, com o novo acesso pelo Rio Negro 1.100 lotes foram comercializados rapidamente.

"Com muita dificuldade conseguimos vender esses 400 lotes no início, mas hoje chegamos a comercializar 40 terrenos em apenas um final de semana. Nosso loteamento terá toda infraestrutura como vias asfaltadas, iluminação, água, seis áreas públicas para construção de creches, praças e escolas, uma Área de Preservação Permanente (APP) de 80 mil m². Tudo isso com facilidade de financiamento na própria imobiliária em 180 parcelas de R$ 469", revelou Carlos Gomes.



Até final deste ano e início 2013, a imobiliária pretende expandir os investimentos lançando mais quatro empreendimentos na área de Iranduba: condomínio fechado km 1 AM-070 com lotes de 450m² por R$ 135 mil; Chácaras com marina no km 52 sentido Manacapuru, lotes de 20 mil m²; residencial no km 5 da AM-070 com 800 terrenos; e condomínio chácara na Praia de Açutuba no km 2 com 700 lotes de 500m² custando R$ 50 mil cada.

Passados a influência positiva gerada pela Ponte do Rio Negro, o especialista espera um crescimento ainda maior com a construção da Cidade Universitária da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). O projeto do complexo foi anunciado neste ano pelo Governo do Amazonas.

“A criação da Cidade Universitária maior da América Latina, que será construída a 12 km do nosso empreendimento nos ajudou bastante também agregar valor nos terrenos”, acrescentou o corretor imobiliário Carlos Gomes.

Vulnerabilidade pós-Ponte Rio Negro
A construção da Ponte do Rio Negro não trouxe apenas benefícios aos municípios da Região Metropolitana de Manaus. Entre os efeitos negativos resultantes do aumento de visitantes, o prefeito de Iranduba constatou o aumento da criminalidade e das invasões de terras públicas.

"Pessoas que vieram de Manaus e de outros municípios, invasores profissionais, que se depararam com a força da Guarda Municipal, da Polícia Militar, da Justiça local e da prefeitura que se organizou para impedir essas invasões de terras. Houve pelo menos cinco grandes invasões, mas nenhuma delas prosperou”, afirmou Nonato.

Na avaliação do prefeito Iranduba se tornou mais vulnerável após construção novo acesso viário. Crimes como assalto seguido de sequestro relâmpago foram registrados na cidade recentemente. Há suspeita ainda de que o município passou ser rota do tráfico de drogas do Amazonas.



"Com a intensificação da fiscalização da Polícia Federal e das Forças Armadas no Alto Solimões e Manacapuru, Iranduba passou a ser um corredor do tráfico por meio da Ponte do Rio Negro. Antes os narcotraficantes seguiam por meio de embarcações até Manaus, hoje eles procuram desembarcar em uma daquelas comunidades próximas do Porto do Solimões para seguir o trajeto para Manaus de carro. Já houve inúmeras apreensões de drogas”, conclui Raymundo Nonato.

O comerciante e morador de Iranduba, Carlos Alberto Trindade, 50 anos, confirmou o aumento da criminalidade e sensação de insegurança vivenciada pela população do município. "A violência aumentou muito nesse último ano, sofremos com os ladrões e a presença dos traficantes das bocas de fumo", disse.

A migração de traficantes de Manaus para o interior também foi percebida nos últimos 12 meses. O delegado José Elcy Barroso Braga, chefe da delegacia de Iranduba, atribuiu essa processo migratório às ações ostensivas do Programa Ronda no Bairro nas zonas da capital.

"No último dia 13, prendemos uma quadrilha suspeita de tráfico de drogas após denúncias. São dois homens e três mulheres, sendo que uma tem 60 anos de idade. Essa quadrilha atuava antes no bairro Educandos em Manaus e resolveram morar na comunidade Cacau Pirêra depois da implantação do Ronda no Bairro, que dificultou a venda de drogas. Encontramos com o grupo três quilos de cocaína, além de porções de maconha e crack. Os dois homens estão presos na delegacia que também funciona como penitenciária e as mulheres foram encaminhadas a penitenciária feminina", contou o delegado José Elcy.



Estrutura
A ponte sobre o Rio Negro é parte de complexo viário que começa na Avenida Brasil, Zona Oeste de Manaus, e termina na estrada AM-070. A obra iniciada em 2008, que custou mais de um bilhão de reais aos cofres públicos, tem 12 km de extensão, sendo 3,6 km de travessia pelo Rio Negro. Porém, durante a construção da estrutura de concreto foi feito um aditivo de preço e dois de prazo, elevando o valor de R$ 506 milhões para R$ 811 milhões.

Os dispositivos de segurança da Ponte só foram instalados após liberação de travessia de veículos e pedestres, sendo concluída a implantação em julho deste ano. A SRRM justificou que as obras do sistema de proteção da ponte Rio Negro foram contratadas em março de 2011 junto ao estaleiro Erin, no entanto, vários fatores como questões climáticas e de logística de importação de equipamentos especiais prejudicaram o andamento do cronograma de execução das obras das defensas.

"A construção das defensas não estava atrelada à inauguração da obra. No período de ausência das defensas os navios de grande porte navegavam no vão central com auxílio de rebocadores", enfatizou o secretário René Levy.



O sistema de proteção dos pilares é composto de 12 defensas (balsas). No vão central estão posicionadas as quatro defensas maiores que medem 40 metros. As outras oito defensas menores, medindo 20 metros estão instaladas nos dois canais marginais da ponte.

"Os equipamentos de proteção dos pilares funcionam por meio de sistemas hidráulicos que possibilitam o ajuste vertical e horizontal das defensas de acordo com o regime da vazante e enchente do rio. Para executar esses ajustes é utilizado um barco regulador que compõe o sistema", informou a SRMM.

As defensas do canal do vão central suportam até 20 mil toneladas de impacto. As 12 balsas são fixadas por poitas (âncoras) que pesam 89 toneladas. A Secretaria da Região Metropolitana disse que o sistema de proteção da ponte está totalmente implantado, mas aguarda a finalização do processo de certificação que está sendo feito pela empresa Auto Chip, contrata pela Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental.
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Avanço e problemas...a ponte de R$1 Bilhão (Não se assute,foi esse o valor gasto) a ponte mais cara do planeta porém claro não tivemos desvio de verbas e o coelhinho da páscoa apareceu junto com o Papai Noel












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