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24 de outubro de 2012

Em 23 de outubro de 1940 nascia o Edson que depois virou Pelé,o Melhor dos Melhores no futebol,porém um homem comum.


Edson Arantes do Nascimento e seus 72 anos...
Texto de Cosme Rímoli do qual este blogueiro é fã.

Pelé é a prova viva de que não existe homem perfeito.

O dom que ganhou

para jogar futebol é insuperável.

Seu porte físico privilegiado, a antevisão das jogadas, a habilidade.

O raciocínio, a vontade de quebrar todos os recordes.

Os dribles, o improviso, a maneira de bater na bola.

A disciplina no treinamento, a raça, vibração.

1.281 gols em 21 anos de carreira.

Melhor jogador de futebol de todos os tempos.

Atleta do Século 20.

Tricampeão mundial.

Bicampeão mundial com o Santos.

Duas Libertadores.

Seis Campeonatos Brasileiros.

Dez Campeonatos Paulistas.

Campeão Norte-Americano com o Cosmos.

Ele conseguiu tudo o que um jogador de futebol pode sonhar.

Quando saiu dos gramados, virou uma pessoa comum.

Com direito a acertos e erros.

A grande injustiça é querer que seja um estupendo cidadão como foi como jogador.

Foi chamado de demagogo ao dedicar o seu milésimo gol às criancinhas.

Ele acertou em cheio ao recusar disputar a Copa de 1974.

Houve uma pressão enorme por parte da Ditadura Militar.

Pelé sabia que estava entrando na fase final da sua carreira.

Não poderia render o que estava acostumado.

Mas teve coragem de dizer não aos militares e não foi à Alemanha.

Só que não voltou a jogar futebol apenas para difundir o esporte nos Estados Unidos.

Ele se viu em sérias dificuldades financeiras.

Fez inúmeros péssimos investimentos nos anos 60.

Precisava de dinheiro, por isso, aceitou o Cosmos.

Foi criticado na época por trair a pátria e preferir os dólares.

O policiamento continuou.

E ele deu margem.

Em pleno fim da ditadura, ele cunhou uma frase infeliz.

"O brasileiro não sabe votar."

Ele disse, no contexto, que os militares afastaram por tanto tempo os brasileiros das urnas, que eles desaprenderam.

Mas o que passou para a história foi a frase pinçada.

Entre as centenas de propagandas que já fez, quase foi linchado por causa de uma vitamina.

Ela foi apresentada como um ótimo estimulante, até sexual, por ele.

Só que sua eficácia não cumpria o que Pelé prometia.

Pelé recebe cerca de R$ 40 milhões por ano em publicidade.

Leva uma vida sensacional.

Bem ao contrário de ex-companheiros de Santos.

Principalmente Coutinho deixa claro que não tem mais contato com ele.

Como se Pelé fosse obrigado a repartir o que ganha com os ex-jogadores de time.

Já ocupou o Ministério Extraordinário de Esportes, no governo Fernando Henrique.

Sua gestão não foi significativa.

Não conseguiu render como político.

Sua herança é a famosa Lei Pelé.

A que tirou os jogadores das mãos dos clubes e os entregou aos empresários.

Apoiou João Havelange e Ricardo Teixeira, mesmo sabendo das várias acusações contra os dois.

Aceitou de bom grado seu Fusca pela Copa de 70, dado, como todos os outros, por Paulo Maluf com dinheiro público.

Sua vida pessoal foi motivo para sérias críticas por entidades ligadas ao negro.

A acusação de nunca ter se envolvido para valer contra o racismo.

Algumas entidades exageraram.

E exerceram o racismo ao contrário.

O atacaram por só se relacionar com mulheres brancas.

Suas esposas, namoradas, como Xuxa, foram motivo de questionamento.

As participações como comentarista chegaram a ser ridicularizadas no Brasil.

Como se ele tivesse de acertar tudo o que previa.

A falha de Pelé foi nunca se furtar a tentar adivinhar o futuro de um jogo, de um campeonato.

Errou mais do que acertou.

Sua participação na TV também só o deixou mal.

Como em 1994, Galvão Bueno, o homem que mais fala no País reclamou à produção.

Dizia que ninguém calava Pelé e que chegara até a desligar o microfone dele.

Apaixonado por música, o melhor jogador de todos os tempos se arriscou.

Tocando violão e cantando, fez muita gente ter vergonha alheia.

O mesmo caso quando resolveu ser ator.

Suas atuações foram abaixo da crítica.

Mas o seu maior erro, o calcanhar de Aquiles, foi o não reconhecimento da filha Sandra.

Fruto de uma aventura nos anos 60, ela teve de entrar na Justiça para tê-lo como pai.

O processou levou cinco anos, de 1991 a 1996.

Os advogados de Pelé entraram com recursos por 13 vezes.

Tudo só acabou depois do exame de DNA.

Sandra conseguiu ser eleita vereadora.

E teve um câncer fulminante que a levou à morte.

Pelé nunca foi visitá-la no hospital.

Mandou uma coroa de flores no velório, mas parentes de Sandra a recusaram.

Sandra teve dois filhos.

Pelé não teve contato com os netos, só os teria visto uma vez.

O empresário de Neymar, Wagner Ribeiro, resolveu trabalhar com Octávio e Gabriel.

Os tirou do Paraná Clube e os levou para o São Paulo.

O clube assinou com o pai dos meninos um contrato de quatro anos.

Mas os garotos não puxaram o talento do avô.

Aos 72 anos, a vida de Pelé tem de ser dividida em duas.

A primeira, magistral dentro do campo.

A segunda, recheada de acertos e erros.

Como qualquer homem comum.

Só que, por ter sido quem foi com a bola nos pés, é julgado como gênio.

Como um homem perfeito.

Não é justa essa cobrança massacrante.

Mas ela existirá até o fim dos seus dias.

O mundo cobra de Edson Arantes de Nascimento como se fosse fenomenal em tudo.

Pelé só foi Pelé dentro de campo.

O que já é espetacular.

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