DE HISSA ABRAHÃO
O poder público está desde 2009 revisando o Plano Diretor, que descreve com detalhes as principais áreas vulneráveis a alagações na cidade. Para quem não lembra, nesse mesmo ano foi registrada a maior cheia do Amazonas. O próprio Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) tem um levantamento das avenidas, ruas e becos que são inundados no período da cheia no Estado, que acontece a cada seis meses.
Apesar de não podermos calcular a intensidade da cheia ou da seca no Estado, sabemos a época do ano em que esses fenômenos acontecem. Nesse caso, não é necessária nem uma previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para ter esses dados compilados.
Desde quando assumi meu mandato em 2009, protocolei Indicações pedindo que a Prefeitura de Manaus realizasse cadastro prévio das famílias que moram em áreas de risco. Um ano depois, registrei um requerimento na Defesa Civil do município questionando quantas pessoas viviam nesses locais. Hoje, temos a informação de que pelo menos 2920 famílias estão vivendo em áreas impossíveis de serem habitadas por conta do alto grau de inundação.
Sei que é muito importante a ajuda que a Prefeitura de Manaus está dando agora como o pagamento de auxílio aluguel e fornecimento de medicamentos e agasalhos, porque quem está passando por essa situação tem pressa e não pode esperar. Contudo, vejo que é importante usar o momento para planejar e fazer levantamentos que possam prevenir a situação de emergência instalada atualmente na cidade.
Por essa razão, protocolei uma Indicação à Prefeitura de Manaus, solicitando que o município realize a cada dois anos um levantamento dos moradores de áreas de risco e que tenha um Plano de Trabalho prévio para garantir um local seguro a eles enquanto durar a cheia. Isso se não for possível transferi-las para moradias fixas com a implantação concreta de políticas públicas de habitação. Prevenir é possível. Impedir que famílias sofram em áreas alagadas também não é algo difícil de fazer. Para tanto, basta querer, basta ter planejamento.
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