Paulista de 22 anos é o primeiro medalhista olímpico do Brasil na ginástica. Tetracampeão mundial, chinês fica com a prata e italiano fecha com o bronze
Da frieza ao ouro. Arthur Zanetti queria ter a responsabilidade toda em suas mãos, enfaixadas e vermelhas de tanto esforço. Economizou nas eliminatórias para ser o oitavo a se apresentar ali, na final. Foi ao ginásio de aquecimento enquanto o maior dos adversários buscava o bi olímpico. Tudo calculado. Último a se pendurar nas argolas da Arena de North Greenwich, o baixinho de 1,56m desceu dela, deu um passo para trás e abriu o sorriso. Nota 15.900. Tinha desbancado o chinês Yibing Chen, favoritíssimo. A primeira medalha da história da ginástica brasileira em Olimpíadas era dele, um estreante. E de ouro.
- Estou muito feliz porque essa é a primeira medalha do meu país para a ginástica. Trabalhei por muito tempo para conseguir essa medalha - disse Zanetti, em um inglês ainda arranhado, em sua primeira entrevista como campeão olímpico.
Frieza era a palavra-chave. Zanetti sabia que o deslumbramento com as Olimpíadas seria fatal. Ouviu conselhos de Diego.
- Aqui, encarei com se fosse uma etapa da Copa do Mundo. No Mundial do Japão, dormi muito pouco à noite. Dormia, acordava, dormia acordava. Trouxe essa experiência para cá.
Zanetti se enfileirou aos sete finalistas para saudar o público na apresentação, mas saiu logo dali. Queria se aquecer. Não viu Chen, o primeiro a se apresentar. O chinês tirou nota pior do que na estreia, mas ainda assim comemorava. Com 15.800, sorriu. Estava confiante. O brasileiro, ao retornar e ver a nota, não se assustou.
- Pensei: vai ser difícil, mas não impossível.
Chen ficou sentado, com fones nos ouvidos, escutando música. Achava que o ouro era questão de tempo.
- Achei que ele se desequilibrou na chegada - disse, depois do pódio.
Dos oito finalistas, Zanetti, de 22 anos, era o mais baixinho - 1,56m - e o segundo mais jovem.
- Não fiquei olhando a série dos outros, só uma olhadinha rápida. A nota demorou um pouquinho, para sair, mas foi maravilhosa. Valeu pela espera - disse Zanetti
- Queria muito ganhar essa medalha não só para mim, mas para a ginástica toda, todos os clubes, para abrir portas para o Brasil todo. Espero que mude a ginástica no Brasil porque precisa mudar - afirmou o novo campeão olímpico.
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Tive a oportunidade de ver a série dele depois,muito segura...li um pouco sobre a vida do Arthur e um detalhe me chamou atenção,ele foi chamado de "veadinho" por alguns colegas quando resolveu fazer ginastica artistica,espero que a medalha de ouro e a moral de "campeão olímpico" pelo menos dimunua o preconceito,nosso país que tanto esperou medalhas de Daiane dos Santos,os irmãos hipólito e Laís Sousa e tantos outros,viu medalha de ouro do Arthur...surpresas do esporte....porém sem desmerecimento a ninguém,fez por seus méritos e não por que o país tem uma estrutura para o esporte...ainda não,mas quem sabe não muda né?
7 de agosto de 2012
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