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1 de maio de 2012

Espanha versus Brasil: os turistas pagam o pato

Reproduzo texto do Jornalista e Escritor Luiz Lauschner

Concordo plenamente com ele

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O constrangimento a que são submetidos os brasileiros na Espanha passa dos limites da civilidade. A discriminação sofrida por lá está na contramão da não discriminação pregada aqui.  Na cabeça de muitos espanhóis na alfândega, o Brasil é um fornecedor de prostitutas e homossexuais por isso as famílias que vão curtir férias na Europa, muitas vezes usando o país de Picasso apenas como passagem, sofrem de constrangimentos criminosos. 

Lamentável é ver que o Brasil, que escancara as portas para empresas espanholas – Santander e Telefônica na frente – paga com a mesma moeda constrangendo os turistas espanhóis aqui. Embora os espanhóis sejam arrogantes até para os padrões europeus, não deveríamos retaliar famílias que economizam durante anos para visitar o país de Kaká. Há formas de retaliarmos não usando produtos na Espanha falida, cujos índices de desemprego ultrapassam os da Grécia. O bolso é a parte mais sensível do corpo humano, ainda mais quando o dono dele já está com ele vazio. Poderíamos fazer algo nesse sentido, sem comprometermos nossa hospitalidade.

Existem relatos de brasileiros que passaram por Portugal que afirmam que lá o tratamento é ainda mais animalesco. Perguntas para senhoras do tipo “tem certeza que não vem aqui para se prostituir?” são feitas com a maior sem-cerimônia na alfândega. Não tratam as pessoas com mãos de luva, mas sim com cascos de ferraduras.  Espanhóis e portugueses ainda mantêm o mesmo comportamento que tiveram há 500 anos quando invadiram o que hoje chamamos de América Latina. 
   
O Brasil dá um exemplo humanitário ao mundo ao escancarar as portas para os haitianos. Esses sim são pobres na acepção do termo. Se há brasileiros se encostando na estrutura “falida” de alguns países europeus, os haitianos estão usufruindo do Brasil que, de tão emergente, não tem nenhum know how em lidar com os necessitados que vêm de fora. Não me admiraria que aparecesse algum político, que sempre faz caridade com o dinheiro público, propondo bolsa tudo para os haitianos. 

As escolas profissionalizantes são o caminho para qualquer país crescer.  Em alguns países da Europa o aprendizado de uma profissão é imposição para a permanência de estrangeiros. Aos turistas que se aventuram na Espanha é exigido passagem de retorno, dinheiro para a permanência (no mínimo 65 euros por dia), comprovação de hotel pago antecipadamente ou uma declaração de um espanhol – que não pode ser naturalizado – que dará hospedagem durante a estada. 

Nada simples, porque a imigração confere todas as informações fornecidas, o que pode demorar meses. Se algum item não estiver completo, deixam você no aeroporto, aguardando o primeiro avião de volta ao país de origem. 

Queremos que nosso turismo cresça. Revidar com a truculência dos portugueses e espanhóis talvez não seja o caminho. O “jeitinho” brasileiro não precisa ser necessariamente o descaso com as leis, principalmente as da civilidade e hospitalidade.

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